Trajectória da Dança em Portugal
(José Sasportes, 1979)
Não é nada feliz a trajetória da Dança em Portugal, como dá a ver José Sasportes, no pequeno livro da coleção Biblioteca Breve (ICP, 1979). Sasportes publicou em 1970 uma história da dança em Portugal, e outra em 1991 (no contexto da Europália), provavelmente a obra de referência no assunto até hoje. O melhor que aconteceu à dança em Portugal já não existe: o Ballet Gulbenkian. Foi a primeira vez que uma iniciativa da área da dança mostrava, com um excelente nível técnico e artístico, o que se fazia de melhor no mundo. Mesmo quando os Ballets Russes visitaram Portugal, Serge Diaghilev ficou por Espanha, e nenhum dos grandes ballets da companhia foi apresentado ao público português... O Verde Gaio não me inspirou interesse, apesar de ter sido um projeto de António Ferro, que estava sobretudo interessado na tradição e nada queria com a modernidade. Mas no século 19 o São Carlos cumprira bem a sua função de trazer os grandes nomes do ballet europeu, sobretudo bailarinas e coreógrafos. Disfarçou bem o isolamento cultural português. O melhor, depois da Gulbenkian e da Companhia Nacional de Bailado, estava para vir com a nova geração de coreógrafos que impôs uma dança autoral que atravessou mesmo as fronteiras. Mas este livro não chegou aos anos 80, por isso nada consta dos novos e novíssimos que entretanto surgiram. VC 08.2020 BIBLIOTECA (3/5)